Medida só deve ser usada em último caso, depois de esgotadas todas as alternativas.
A geração de energia pode ser usada como uma das soluções para a destinação dos rejeitos finais depois de esgotadas as possibilidades de reciclagem e reaproveitamento. A implantação de métodos alternativos, as condições e os riscos ambientais e à saúde humana foram discutidas, nesta sexta-feira (25/10), por especialistas e gestores públicos no painel “Recuperação Energética de Resíduos Sólidos Urbanos” da 4ª Conferência Nacional do Meio Ambiente (CNMA). O evento ocorre até domingo (27/10), em Brasília, com o objetivo de envolver governo e sociedade civil nas políticas e questões ligadas ao descarte e tratamento de resíduos no país.
A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, destacou que a recuperação energética é uma alternativa depois de esgotados todos os meios de destinação dos resíduos produzidos nas cidades e sem deixar de fora os catadores envolvidos no processo. “É preciso discutir as oportunidades de gerar energia, os custos e as questões de viabilidade e definir o que é possível fazer além de tudo aquilo que a reciclagem já conseguiu se apropriar”, afirmou a ministra.
Compromisso - A incineração poderá ocorrer nos casos em que todas as alternativas para os rejeitos já tiverem sido realizadas. “O compromisso do Ministério do Meio Ambiente é assegurar o papel dos catadores”, ressaltou a ministra. As discussões realizadas na conferência subsidiarão as medidas que o governo federal adotará em relação ao tema.
Para Izabella, o envolvimento de diversos segmentos da sociedade é essencial na destinação dos resíduos não recicláveis. “A riqueza do debate é mostrar os vários caminhos com a inclusão de todos os atores sociais, que incluem os catadores, prefeitos, parlamentares, empresários e ambientalistas”, enfatizou.
O pesquisador do Núcleo de Resíduos da Universidade Federal de Pernambuco Felipe Maciel destacou que o processo deve ser escolhido de acordo com natureza do rejeito. “A primeira coisa é valorizar o lixo e trabalhar tudo o que for possível no que diz respeito à reciclagem”, defendeu. “Os processos variam. Não existe tecnologia boa, nem ruim. Cada uma tem que ser usada adequamente.”
Fonte: 4ª CNMA