A radiação proveniente da explosão da usina da Fukushima Daiichi, afetada pelo forte terremoto e tsunami que atingiram o Japão em março de 2011, pode causar entre 15 e 1.300 mortes em qualquer parte do mundo, além de 24 a 2.500 casos de câncer, sendo que a maioria poderá ocorrer em solo japonês, afirma estudo realizado por pesquisadores da Universidade Stanford, dos Estados Unidos.
De acordo com pesquisa publicada nesta terça-feira (17) no jornal “Energy and Environmental Science”, as estimativas têm grandes faixas de incerteza, porém contrastam com afirmações anteriores de que a libertação de substâncias radioativas da usina não causariam efeitos graves à saúde global. É a primeira vez que os impactos à saúde por conta do desastre natural são medidos.
O desastre de Fukushima foi o pior acidente nuclear desde a explosão do reator de Chernobyl, na Ucrânia, em 1986. Segundo o estudo, a liberação de radiação contaminou uma área chamada de “zona morta”, que reúne várias centenas de quilômetros quadrados ao redor da planta atômica. Baixos níveis de radiação foram encontrados na América do Norte e na Europa.
Mas a maior parte da radiação foi despejada no Oceano Pacífico (apenas 19% do material liberado afetou o solo), o que manteve a população relativamente menos exposta.
Análise – Os pesquisadores de Stanford utilizaram um modelo atmosférico global em 3D, desenvolvido ao longo de 20 anos de pesquisa, para estimar o transporte de material radioativo. Um modelo padrão de efeitos na saúde também foi aplicado para estimar a exposição humana ao material.
Com isso, os pesquisadores descobriram um número estimado de mortes, grande parte ocasionada pelo câncer. Pelo modelo, a maior parte dos afetados está no Japão, com efeitos notáveis na Ásia e na América do Norte. Nos Estados Unidos, por exemplo, haveriam 12 mortes devido à radiação e até 30 óbitos devido ao câncer provocado pelo contato com a radiação.
De acordo com Tem Hoeve, um dos autores do estudo, os valores são relativamente baixos em todo o mundo, o que deve gerenciar o medo do impacto do desastre em outros países. (Fonte: G1)
Fonte: Ambiente Brasil