Pode-se dizer resumidamente que está em jogo a reforma da governança global relacionada às questões ambientais e ao Desenvolvimento Sustentável.
O que se espera é que o debate na Rio+20 leve a propostas no sentido da adoção de medidas para permitir à ONU e as países escolher as formas e os instrumentos adequados para promover e acelerar a transição rumo às sociedades sustentáveis.
São dois enfoques nessa questão: a governança ambiental e a governança do Desenvolvimento Sustentável. Os debates até agora se concentram na primeira, com maior número de propostas em relação à segunda. (Veja as propostas no item Governança).
Com a autoridade do Programa das Nações Unidas de Meio Ambiente (Pnuma) em xeque e a fragmentação da gestão da política ambiental global em centenas de acordos, secretariados, conferências, os países não cumprem regras e não há indicadores de desempenho para avaliar suas atuações. A ONU vem sendo cada mais questionada em relação à governança.
Por isso, entre as propostas em discussão está transformar o Desenvolvimento Sustentável em prioridade na ONU. Um passo adiante nesse sentido foi dado em fevereiro de 2010 durante a 11ª Sessão do Fórum Ministerial Global dos ministros do Meio Ambiente, quando abriu-se à sociedade civil a participação no processo de debate da reforma institucional da governança.
Especialistas são incisivos em afirmar que sem um quadro institucional global para viabilizar a transição rumo ao Desenvolvimento Sustentável é difícil tirar do papel tantas convenções, protocolos e acordos negociados nos últimos 30 anos.
Entretanto, no cenário atual de crise política e econômica internacional os governos nacionais estão pouco propensos a assumir os compromissos necessários para viabilizar o Desenvolvimento Sustentável e implementar os que já foram assumidos ao longo dos últimos 30 anos.
Vinte anos depois da Rio-92, a Conferência a se realizar em junho de 2012 no Rio de Janeiro também pretende avaliar o que foi feito no sentido de cumprir acordos, protocolos, convenções. E as perspectivas não são lá muito otimistas. O economista Jeffrey Sachs, em entrevista o jornal O Estado de S. Paulo, de 16//1/2011, afirma que a Rio+20 irá revelar um fracasso histórico. A conferir!
Fonte: Radar Rio+20